Scribblenauts Shodown é o primeiro jogo que não é produzido pelo estúdio 5th Cell. Depois de uma vaga de despedimentos e cortes que conduziram à redução do estúdio – e o cancelamento de Scribblenauts: Fighting Worlds quase em simultâneo -, a nova produção ficou a cargo do Shiver Entertainment. Não sei que efeitos terá esta mudança para o futuro, se o 5th Cell eventualmente reorganizado planeia uma produção para a actual geração de sistemas na senda dos originais ou simplesmente se retira em definitivo da série que originalmente criou.
A impressão que estas mudanças operam, e ficam bem patentes neste jogo, é a sensação de potencial algo diluído e de uma mudança na estrutura de molde a encontrar mais audiência. Os primeiros Scribblenauts primaram pela inovação e facilidade em torno dos puzzles. Em brincadeiras com palavras, aproveitando o bem sucedido ecrã táctil da Nintendo DS para tornar o jogo não só mais fluído como cómodo. A combinação resultou em pleno e depressa muitos jogadores se deixaram seduzir por esta inventiva e surpreendente proposta. Mas à semelhança de outras franquias bem sucedidas, a tendência para espremer ao máximo o conteúdo acaba por arrancar facilmente limites e estreitar as malhas do sucesso.
Scribblenauts Shodown é agora uma experiência predominantemente multiplayer, até quatro jogadores, na qual os jogadores competem numa compilação de mini-jogos (até 25). O ponto de partida é a criação de objectos, num momento prévio ao desafio, que dará a cada um uma vantagem. Nesta mudança perderam relevância os puzzles, relegados quase para um papel secundário, enquanto que dantes constituíam grande parte do desafio e do interesse em nos dedicarmos dentro dos vários contextos específicos e humorísticos criados, nos quais tínhamos que encontrar a palavra certa para gerar o objecto necessário com que os haveríamos de resolver.