Os videojogos conseguem despertar as mais diversas sensações e emoções na psique do ser humano, e as razões para tal são variadas. Alguns, fazem-nos sentir inteligentes, mas outros obrigam-nos a raciocinar de forma estratégica e a reagir rápido, apelando aos nossos reflexos. Quando tudo isto está em falta, é sempre possível encontrar qualidades redentoras noutros aspectos, sejam elas nos gráficos, banda sonora, atmosfera, narrativa ou respectivas personagens. É com algum pesar que digo que Bravo Team, o mais recente jogo da Supermassive Games para PSVR – o estúdio por trás de outros títulos como Until Dawn, The Inpatient e Hidden Agenda – não se destaca em qualquer um destes campos. Considero, aliás, um passo atrás no repertório da produtora que se distinguiu no passado pelos seus jogos com histórias bem construídas e com ambientes altamente imersivos.
Para simplificar Bravo Team ao máximo de maneira a conseguir dar-te uma ideia do jogo, imagina um Call of Duty insosso que, na sua maioria, jogas em primeira pessoa. Sim, na sua maioria: ao longo de todo o jogo irás intercalar automaticamente entre a primeira e terceira pessoa, criando uma mixórdia desorientadora. Enquanto estás a disparar a tua arma, estarás na primeira pessoa mas para tudo o resto, a vista altera-se – algo que verás acontecer nos momentos em que te deslocas, quando abres portas ou quando usas o desfibrilhador no teu companheiro. Em termos de gameplay, as más decisões acumulam-se que nem uma bola de neve: em primeiro lugar, não podes controlar os movimentos da tua personagem directamente; ao invés disso, terás de vasculhar o ambiente usando o teu comando e um ícone irá aparecer nos locais para onde te podes deslocar.
Não entendo inteiramente a razão pela qual a Supermassive decidiu implantar este sistema. Se o intuito era reduzir o enjoo causado pelo PSVR, então atingiram o objectivo já que consegui jogar Bravo Team na sua totalidade sem retirar os óculos. Em todos os outros aspectos, o jogo falha redondamente. Assim que mudas de posição e as vistas se alteram, é complicado uma pessoa não ficar completamente desnorteada: não sei de onde vim, para onde estou virado, para onde é suposto ir. Em segundo lugar, (como se isso não fosse o suficiente), a forma como controlas a câmara é bastante arcaica, em nada ajudando a situação.