Publicado em 1995 nas plataformas AES, CD e MVS (todas da SNK), Aero Fighters 3 chega um ano depois de Aero Fighters 2 e quatro anos depois do original. “Scrooler” vertical que reaproveita grande parte da jogabilidade dos anteriores, apresenta novos níveis, novos “bosses” e um grau de dificuldade mais elevado, tornando mais complexa a sobrevivência. A meio da década de 1990 a Video System detinha já uma boa base de jogos publicados.
Aero Fighters (no Japão é designado por Sonic Wings) é o típico “shooter”, sem grandes concessões a subgéneros como o “bullet hell” ou a temáticas de ordem diversa que não um conflito mundial. Tendo como partida Turbo Force, publicado em 1991, AF3 brinda o jogador com um combate aéreo bastante consistente e sobretudo desafiante, embora não seja tão notável como outras produções, nomeadamente o notável Last Resort e Viewpoint, cujo grau de detalhe e produção é visivelmente superior.
AF3 parece ser mais o “shooter” comum, que não sendo propriamente inexcedível também não desilude. É provável até que na óptica de muitos, devido ao seu grau maior de dificuldade e escalonamento para progressão em “loop” – depois de terminarem voltam ao começo para um desafio ainda mais exigente -, se perfile como a opção definitiva da série.
Sendo um shooter militar, AF3 apresenta uma arte bastante original.
Característica transversal é a peculiaridade dos pilotos. Desde ninjas a criaturas robóticas, passando por animais, há um quadro de selecção considerável, uma dezena de pilotos à escolha. Cada um tem o seu aparelho de voo, que o separa dos outros no formato e se distingue também pelos disparos. Outro ponto a ressalvar é o comentário depois de cumprido mais um nível, com bons apontamentos hilariantes e uma série de insólitos ao bom jeito nipónico. As aeronaves apresentam um design próximo dos aviões da II Guerra e por isso nada de aparelhos futuristas ou demasiado arcaicos.
Em pleno voo, o objectivo passa por sobreviver ao longo dos oito níveis mais dois estágios de bónus. Parece pouco. Na realidade há uma redução em dois níveis. No entanto, desta vez, ao chegarem ao fim da campanha, começam uma segunda volta, enfrentando os mesmos bosses mas mais poderosos e resistentes ao vosso poder de fogo. Para tal é fundamental incrementarem a qualidade dos disparos, à medida que amealham bombas e coleccionam “power ups”. Não há aqui nada de muito original ou inovador, com apenas dois botões (dos quatro em operação) funcionáveis. Apesar de mais aviões e acção, os níveis foram reduzidos, o que significa chegadas imediatas aos “bosses” e às batalhas de maior complexidade.
A versatilidade da Switch para dois jogadores permite dois jogadores em simultâneo.
O desenho dos níveis é interessante e aqui verificamos uma coesão em consonância com o humor dos comentários, destacando-se por exemplo uma torre (bastante semelhante à torre Eifel) capaz de fugir e efectuar movimentos de defesa, através das baterias anti-aéreas. Como esta, há mais surpresas. Alguns “bosses” são mesmo duros de roer e chegam a ocupar grande parte do ecrã, o que dificulta as manobras de ataque e defesa atendendo ao seu grande poder de fogo.
Destaque, ainda pela positiva, para os fundos, com mais pormenores, e atenção ao detalhe. Os níveis de bónus acrescentam pequenos prolongamentos mas não têm grandes particularidades assinaláveis. O melhor deste “shooter” acaba por ser a conjugação entre a jogabilidade e a acção no ecrã. A acção é rápida, fluida e os aparelhos de voo manobram-se perfeitamente. Contudo, não existem grandes rasgos de originalidade ao nível da jogabilidade e os níveis pouco extensos não permitem grandes voos, o que torna o jogo mais compacto (apesar da segunda volta na campanha assegurar maior longevidade). Aero Fighters 3 é a mais recente entrada na Switch no quadro dos “shooters” retro.