Entre 1999 e 2014, Masashi Kishimoto apresentou-nos as aventuras de Naruto e dos ninjas de Konoha. As empolgantes e dramáticas missões de Naruto, as suas relações com Sasuke e Sakura, sem esquecer os magníficos vilões, fizeram desta obra uma das mais aclamadas e adoradas em todo o mundo. Sem quaisquer surpresas, a incrível popularidade da manga/anime de Naruto deu origem a vários jogos ao longo de 18 anos. Entre os trabalhos da Ubisoft e da Tommy, os jogos da CyberConnect 2 foram provavelmente os que mais fãs conquistaram. Assim sendo, não é surpresa que em 2017, ano de celebração desta propriedade (Naruto entregou entretanto o manto da responsabilidade a Boruto, o seu filho) a Bandai Namco tenha colmatado a ausência de um novo jogo com uma trilogia de remasters.
Depois do lançamento de Ultimate Ninja Storm 4 em 2016, a Bandai Namco apresentou em 2017 a oportunidade de adquirires para a mesma plataforma, todos os quatro jogos desta série. Agora, em 2018, um ano em que esperas por Naruto to Boruto: Shinobi Striker, a editora mede o pulso aos consumidores da Nintendo Switch e tenta descobrir se existe sede de jogos anime. One Piece já chegou à consola, num remaster, My Hero Academia chegará algures em 2017 em simultâneo com as restantes versões, mas Naruto ainda permanecia ausente da híbrida da Nintendo. Até agora.
A trilogia de remasters lançada em 2017 para a Xbox One, PlayStation 4 e PC está agora disponível na Nintendo Switch, figurando como a estreia de Naruto na consola e permitindo desfrutar de uma série que entusiasmou os fãs com o conceito e apelo tão singulares nesta Switch. Sim, isto significa que Ultimate Ninja Storm de 2008, Ultimate Ninja Storm 2 de 2010 e Ultimate Ninja Storm 3 de 2013 estão agora disponíveis num formato que podes transportar facilmente contigo. Nos esforços de conversão, a Bandia Namco deixou de fora Generations de 2012 e Revolution de 2014. Fazendo as contas, a anterior geração de consolas recebeu 5 jogos em 7 anos, sendo compreensível que a Bandai Namco se tenha focado somente nos títulos numerados para esta trilogia de remasters.
Esta Naruto Ultimate Ninja Trilogy é uma espécie de best of da série num só pacote e foca-se apenas nos jogos principais, permitindo que descubras na Switch o principal percurso da CyberConnect2 ao longo da série. Desta forma, podes voltar ao início da série em 2008 e seguir os seus progressos até ao jogo de 2013. Para os fãs que já os conhecem, é uma oportunidade para os relembrar numa só plataforma, enquanto para quem ainda não os jogou, é uma grande oportunidade para conhecer esta série que recria de forma altamente dinâmica o mundo de Naruto nos videojogos.
“Tal como fez nas outras plataformas actuais, a Bandai Namco celebra na Switch a série de Naruto com uma trilogia de remasters.”
Estes três jogos já são nossos conhecidos. Sabemos o bom e o mau de cada, os seus méritos e as suas fraquezas. Provavelmente, até jogaste um destes remasters em 2017. O mais intrigante ao voltar a jogá-los na Switch é descobrir se a Bandai Namco manteve os modos de jogo e a qualidade das conversões. A oportunidade de saltar entre os três jogos num instante é particularmente interessante pois permite-te vislumbrar com clareza os avanços feitos ao longo dos cerca de 5 anos que separam o primeiro e o terceiro jogo nesta Trilogia. A Cyberconnect 2 aprendeu imenso de jogo para jogo e agora podes ver essas melhorias com maior clareza. Apesar do gameplay relativamente simples, assente em três botões principais, a CC2 destacou-se dos demais fighting games graças à elevada velocidade dos combates, os jutsus fáceis de executar, o sistema de chakra e especialmente com as grandes e incríveis batalhas entre com os Bijuus.
As conversões estão altamente fieis e mantém todos os modos de jogo dos originais, inclusive os modos online. Isto significa que o gameplay rápido e gratificante, especialmente quando executas movimentos altamente acrobáticos a grande velocidade graças aos controlos simples, está intacto e preserva a sensação que recebias dos originais. Isto é válido nas versões Nintendo Switch, que te dão acesso a todos os conteúdos dos três jogos na palma da tua mão, caso não queiras jogar na TV.
Os modos de Aventura que te permitem percorrer os diferentes locais do mundo de Naruto, especialmente Konoha, estão presentes, representando o mais ambicioso e apelativo de cada jogo e em cada um destes jogos, a CC2 mudou este modo que te permitia entrar no mundo de Naruto. Estes modos são o principal atractivo destes 3 jogos pois são apresentados de uma forma que vai mais além do tradicional fighting game, tornando-se em referências na série. Em cada jogo existe uma variante diferente dessa vontade do estúdio em te colocar no mundo de Naruto, Kakashi e companhia, mas todas elas interessantes.
Se nas versões de 2017 os três remasters apresentavam um conjunto muito restrito de melhorias, em 2018 com as versões híbridas o mesmo pode ser dito. Se em 2017 ficou a sensação que a Bandai Namco apenas se preocupou em converter directamente os jogos para as novas consolas e PC, tendo em conta o seu maior poder para aumentar a resolução e estabilizar o rácio de fotogramas, em 2018 na Switch fica a ideia que apenas se concentraram em colocar os remasters a correr na consola, com o mínimo de perdas.
Na PS4, Xbox One e PC, estes remasters foram apresentados de uma forma muito directa e, como já referi, na Switch apenas foi preciso gerir as conversões. A trilogia Naruto SUNS corre a 900p em modo dock, uma diferença mínima sobre a 1080p nas outras consolas e o grande destaque está todo no modo portátil, a verdadeira novidade nestes jogos. Em modo portátil, os remasters correm a 960×540, abaixo da 720p nativa do ecrã, mas tendo em conta o pequeno tamanho do mesmo e o tom frenético da acção, a menor nitidez passará despercebida na maioria do tempo.
“Há algo de especial em poder transportar estes jogos contigo e jogar em qualquer lado.”
A verdade é que estamos a falar de jogos com 10, 8 e 5 anos, respectivamente, mas ainda assim, o seu estilo visual que fazia crer que assistias a uma anime, ainda hoje ostenta uma agradável qualidade. É um dos melhores elementos dos jogos, combinado com as cinemáticas, mais que o sistema de combate frenético, mas altamente simples. Ver estes jogos a correr na Switch não deveria surpreender sequer, mas confesso que existe um certo encanto em ter cada um destes jogos na palma da mão.
A qualidade visual de cada um deles pode sofrer um pouco na passagem para formato portátil, mas continua a honrar a experiência que se esforça ao máximo para te enganar e sugerir que estás a ver uma anime e não um jogo. Era um dos maiores feitos desta série e esta Trilogia reconfirma isso. Quanto mais recente o jogo, mais impressionante é a sua qualidade visual, mas tendo em conta que cada um aborda pontos diferentes da história, todos eles ostentam grande valor.
Ultimate Ninja Storm 2 aborda mais momentos de história do que o primeiro, mas não aborda alguns deles com tanta profundidade, o mesmo vale para UNS 3 sobre o segundo. Isto significa que terás de jogar os três para descobrires um maior foco em momentos fulcrais de certos arcos narrativos. Tudo depende da fase de Naruto/Naruto Shippuden que queres relembrar.
Enquanto Naruto to Boruto: Shinobi Striker não chega, uma proposta totalmente diferente da desta série e que nem sequer está confirmado para a Switch, a Bandai Namco celebra a série Ultimate Ninja Storm com grandes momentos que podem ser revividos pelos fãs. Se adoras Naruto e queres relembrar os jogos desta série, especialmente com a possibilidade de os jogar em qualquer lugar, a Ultimate Ninja Trilogy é a celebração que a Bandai Namco espera que gostes. Eu fiquei rendido e relembrei momentos dramáticos, épicos e também divertidos desta série. Foi com um sorriso na cara que voltei a jogar estes jogos e a relembrar o quão me impressionaram nos seus lançamentos originais.