Categorias
Análises

Far Cry 5 – Análise – Americana

Existem três pilares principais sobre os quais os jogos da série Far Cry são construídos: locais capazes de espantar, vilões intensos e uma liberdade repleta de caos e destruição. Esta é a fórmula através da qual a Ubisoft conquistou os jogadores com a sua acção em mundo aberto e Far Cry 5 poderá muito bem ter-se posicionado como o mais importante jogo na série. Digo isto não apenas porque soa bem e injecta intensidade na introdução do restante texto, digo porque é, tal como Assassin’s Creed: Origins foi para a sua série, um teste ao pedigree de uma editora gigante como a Ubisoft, um teste à sua capacidade para se erguer acima dos seus erros e provar que procura mais e melhor. Desde o primeiro trailer que este “Western da era moderna” demonstrou um grande sentido de oportunidade, sem reservas em satirizar os estereótipos de todo um povo, especialmente nos Estados Unidos da América de Donald Trump, mas será que o gameplay mostra similar astúcia e revela uma série a progredir?

Antes de passar a falar do jogo em si, quero primeiro falar rapidamente do meu contacto com as equipas da Ubisoft ao longo dos meses pré-lançamento, especialmente porque considero oportuno para tentar demonstrar o espírito em torno de Far Cry 5 e das suas ambições. Os criadores e trabalhadores na Ubisoft sabem que foram gozados até dizer chega, criticados e equiparados a operários numa linha de montagem, não a criadores de videojogos que pretendem emocionar e divertir os jogadores. Compreensível quando se prepara jogos para as massas.

O pessoal dos estúdios visita os sites, lê os comentários, vai aos fóruns mais populares, regista o feedback e sente frequentemente em primeira mão a arrogância de alguns que desfrutam das suas criações como um dado adquirido. No entanto, souberam filtrar o que os ajudaria e combinaram isso com as suas ideias, com o que sabiam ter de bom, para criar um novo jogo capaz de responder a muitas das críticas apontadas aos seus mundos abertos. As críticas de fadiga não caíram em saco roto, as críticas de equipas sem alma que debitavam jogos demasiado iguais foram transformadas em incentivos para ir mais além. Esse poderá ser o maior mérito de Far Cry 5: a gestão que a Ubisoft Montreal e Ubisoft Toronto fizeram na hora de escutar as críticas, de perceber o que fazia sentido manter com a procura de uma melhor estrutura ou coisas frescas.

Read more…