A sequela de Destiny era um dos jogos que mais tinha vontade de experimentar na E3 2017 e, pelos vistos não era único, a fila para jogar era assustadora, uma das maiores do evento. Tenho que confessar que inicialmente estava céptico e com receio. Destiny foi um jogo que adorei e no qual investi muitas as horas, mas em simultâneo, estava consciente das más decisões da Bungie que faziam com que a experiência oscilasse entre o fantástico e o frustrante.
O primeiro contacto com Destiny 2 foi com a versão PC, que chegará mais tarde do que a versão para as consolas, mais precisamente a 24 de Outubro. Nesta versão tive a oportunidade de experimentar a missão inicial da história, que mostra a invasão de Gaul e da Red Guard à Torre. Apesar de estar extremamente habituado a jogar Destiny com um comando, a assimilação da jogabilidade no PC foi rápida e a fluidez dos 60 fotogramas por segundo deixaram-nos logo rendidos.
Campanha cinemática
A jogabilidade, sem dúvida o ponto mais forte do primeiro Destiny, continua impecável. A versão PC de Destiny 2 ainda mantém o ADN da Bungie, mas houve uma redução drástica na assistência da mira. Com um rato e teclado, já não é preciso exagerar na assistência de mira, devido à maior capacidade de reacção e controlo deste tipo de controlos. Isto é especialmente notável nas snipers, que na versão para PC já não são tão fáceis de usar, pelo menos logo de imediato.
Se a primeira missão de Destiny 2 é demonstrativa do resto jogo, então a sequela tem tudo para superar largamente o primeiro jogo. É impossível não reparar nos melhores efeitos visuais e também numa estrutura mais elaborada. Logo na primeira missão temos interacção com várias personagens, algo que no jogo original era extremamente raro, e diversas cinemáticas impressionantes que funcionam como pontos de ligação. Naturalmente, Destiny 2 continua a ser Destiny e há muitas semelhanças com o primeiro jogo, mas há diferenças visíveis para quem jogou minimamente o anterior.
Portanto, a primeira missão promete uma história melhor, concisa e cinemática, precisamente aquilo que muitos pediram depois do original, mas também há novidades no multijogador competitivo, o qual testámos numa PlayStation 4. A Bungie nunca conseguiu realmente equilibrar o multijogador competitivo do primeiro Destiny. As variações nas subclasses, diversos perks das armas e armaduras exóticas, aliados a alguns mapas desenhados originalmente para a história, tornaram esta tarefa difícil. Com Destiny 2 a Bungie parece ter conseguido resolver a maioria dos problemas do multijogador competitivo.
Multijogador melhorado
A solução para as Special Weapons, nomeadamente Snipers, Shotguns, Fusion Rifles e Side-Arms, foi alterar a categoria das armas. Este tipo de armas foram um problema multijogador do no primeiro Destiny por várias razões, portanto, na sequela a Bungie classificou estas armas como Power Weapons (com excepção das Side-Arms, que passaram para primárias), colocando-as na mesma categoria das Machine Guns e Rocket Lauchers. Na sequela não começamos com munição nas Power Weapons. Em vez disso temos que esperar que a munição apareça e, contrariamente ao que acontecia no primeiro jogo, cada caixa de munição só pode ser apanhada por um jogador.
Não ficando por aqui, a Bungie uniformizou os tempos de espera para recarregar as granadas, melee e super, que anteriormente estavam dependentes das estatísticas de cada peça de armadura. Esta alteração, em conjunto com dois espaços para armas primárias, tornam Destiny 2 num jogo mais focado no gunplay do que nas habilidades, o que é óptimo. A possibilidade de equipar duas armas primárias é uma boa solução para o problema das Special Weapons, deste modo, podem equipar um Hand-Cannon ou Side-Arm para confrontos a curtas distâncias, e uma Scout Rifle para longas distâncias.
A redução para equipas de quatro jogadores também é bem-vinda. As partidas para seis jogadores no primeiro Destiny eram demasiado caóticas e a maioria dos mapas não estavam preparados para tantos jogadores. Com quatro jogadores em cada equipa, é mais fácil gerir o que está a acontecer. O limite de revives por equipa é outra adição muito necessária! Os revives infinitos do primeiro Destiny, principalmente em modos como o Trials of Osiris, tornavam-se muitas vezes irritantes e parvos.
“Destiny 2 é um jogo mais maduro e que lima as farpas do primeiro”
O modo multijogador que tive a oportunidade de experimentar, Countdown, é uma espécie de “desativar / armar a bomba”, um modo bem conhecido em jogos como Call of Duty e Counter-Strike. É possível ganhar a ronda ao simplesmente eliminar todos os adversários, contudo, o objectivo é desarmar ou activar a carga explosiva em dois pontos possíveis do mapa. Felizmente, as equipas trocam de spawn e de objectivo, sendo que temos de alternadamente defender e depois armar a carga. É um modo onde é preciso trabalho de equipa e estratégia para vencer.
Acima de tudo, Destiny 2 é um jogo mais maduro e que lima as farpas do primeiro. É um dos jogos mais sólidos que tivemos a oportunidade de experimentar na E3 2017, impressionando com a qualidade visual da versão para PC e com a sua jogabilidade bem afinada. O multijogador também parece mais equilibrado, mas só na versão final, ou pelo menos na beta, é que poderemos tirar mais ilações acerca do equilíbrio e novidades neste modo. Para já apenas podemos adiantar que, do que tivemos a oportunidade de ver e jogar, Destiny 2 é uma sequela digna e promissora
Da nossa parte poderão aguardar uma entrevista com David Allen, o produtor executivo de Destiny 2, e mais impressões quando a beta de Destiny 2 estiver disponível.